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  • Esdras Santos

Órgão do Mar


A cidade de Zadar, localizada no litoral da Croácia, tem o turismo como um dos seus pilares econômicos, é formada por um conjunto de penínsulas e ilhas com grande movimentação de embarcações. No ano de 2004 a administração municipal decidiu implantar na península central da cidade, no bairro de Nova Riva, um ponto de ancoragem de navios cruzeiros de grande porte como estímulo a esse comércio. A ideia era viabilizar o desembarque de turistas dentro do centro da cidade. Foi designado para essa tarefa o arquiteto Nikola Bašic que propôs além do tradicional espaço de atracadouro uma sequência de patamares ao longo de um trecho da circulação, essas escadarias emitem sons a partir das marés e recebem a denominação Órgão do Mar.

Para desenvolver esse projeto o arquiteto Nikola Bašic contou com a colaboração do engenheiro Prof. Dr. Vladimir Androcec para as questões hidráulicas marítimas, recorreu ao artesão especialista na construção de órgãos Tomislav Faullend Heferer para a elaboração dos emissores sonoros, as tubulações foram produzidas por Goran Ježina e a afinação do equipamento foi feita pelo professor Ivica Stamac.

A locação do equipamento considerou uma distância mínima de 55m das edificações mais próximas como segurança para possíveis distúrbios sonoros à vizinhança, sua implantação no sentido sudeste-noroeste tirou proveito do afluxo das ondas oriundas do sul e sudoeste. A distância entre as ilhas do canal de Zadar bem como o constante movimento das embarcações e marés do Mar Adriático também foram considerados para o dimensionamento dos componentes.

O equipamento é formado por uma rede de dutos enterrados justapostos ao longo de 70 metros de extensão, está dividido em 7 seções com o decréscimo gradual do comprimento dos tubos sonoros. O desenho da superfície é um reflexo desse sistema subterrâneo, é composto por uma sequência de escadarias na borda oceânica, iniciando pela extremidade noroeste com 8 degraus e finalizando com 2 no limite sudeste. A passagem dos sons é feita por uma série de aberturas localizadas sob a superfície de pedra da pavimentação. A estrutura adotada elaborou uma sequência de tubos imersos na superfície do mar conectados a dutos com diferentes diâmetros e extensões, o movimento das marés força o deslocamento do ar no interior dessas tubulações provocando emissões sonoras nas extremidades opostas denominadas no projeto como Labium.

A variedade da distribuição da energia das marés foi outro ponto de preocupação dos projetistas, elaboraram um sistema de amortecimento desses excessos com o objetivo de evitar possíveis extremos sonoros. São 35 tubos distribuídos em 7 seções, cada uma abrigando 5 unidades compartilhando um núcleo central denominado Corredor de Serviços que recebe todos os 35 influxos sonoros e tem funcionamento semelhante a uma caixa de ressonância ajustável.

Para informações mais detalhadas favor consultar o link:

http://www.croatia.org/crown/articles/9359/1/nikola-baiae-author-of-the-zadar-sea-organ.html


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